Qualidade de vida e alta performance

Muitas vezes almejamos grandes conquistas, fazemos planos e ficamos aguardando a situação atual melhorar para que possamos finalmente chegar onde queremos. Saber o que se quer é o primeiro passo para a conquista, mas não é o único. Quanto a esperar o momento certo, talvez não seja a escolha mais eficiente, visto que deixamos a possibilidade totalmente ao acaso. Se quisermos realmente conquistar algo, devemos promover a mudança necessária, para fazer as coisas acontecerem a nosso favor. Tão importante quanto saber o que se quer é saber como se comportar para conquistar! A diferença entre “quem nós somos” e “quem queremos ser” é o que fazemos! Por isso, buscar desenvolver estrategicamente competências comportamentais é a chave para chegar onde queremos. Todo processo de mudança é difícil e envolve muitas escolhas e consequentemente perdas. Entre duas opções, se escolhermos a opção A, perdemos a opção B. E assim é tudo na vida. Diante deste fato, durante um processo de mudança, muitas vezes a dor é inevitável, talvez seja por isso que muitos de nós não gostem de mudanças. A boa notícia é que o sofrimento é sempre opcional. Se soubermos o que fazer e como nos comportarmos no momento da mudança, teremos tranquilidade para aceitar os fatos e capacidade para enxergar as soluções que estão além. Estamos em tempo de reconhecer que a zona de conforto é um lugar maravilhoso, pena que não brota nada. Assim, se quisermos chegar a algum lugar melhor devemos investigar e descobrir quais novos hábitos precisamos desenvolver para melhorarmos nossa performance na busca por nossos objetivos. Ter foco e disciplina é fundamental no início, até que o novo hábito seja internalizado e executado automaticamente. O importante é saber que o caminho para o sucesso é norteado por um estado constante de mudança! Por isso, faço uso da brilhante frase de William George Ward: “O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta suas velas”. O desenvolvimento estratégico de novas competências comportamentais nada mais é que um ajuste inteligente das velas.

É fato que nos tempos atuais, a correria tomou conta da nossa rotina e cada vez mais nos encontramos apagando incêndios diários, seja no trabalho ou no âmbito pessoal.

Estamos diante de uma fase desafiadora, com o mercado de trabalho instável, a economia imprevisível e a política confusa. Assim, nos resta travar uma batalha todos os dias para garantir o cumprimento dos compromissos no fim do mês. Esse estado atual vem gerando um desgaste enorme sobre nosso físico e emocional. Mas será que nos cabe apenas receber toda essa carga e esperar as consequências devastadores disso sobre a nossa qualidade de vida? Será que somos agentes passivos deste processo?

As principais consequências deste cenário que vivemos é a Síndrome de Burnout, onde há a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima, dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma e distúrbios gastrintestinais; e as DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) que são as doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas. Diante desse quadro, temos uma boa e uma má notícia. A boa é que cabe a nós mudarmos isso. A má é que cabe a nós mudarmos isso. Isso mesmo! Temos o poder e a RESPONSABILIDADE de mudar esse quadro! Não dá mais para responsabilizarmos terceiros ou o ambiente externo por nossos comportamentos disfuncionais! Se optamos por fumar, comer mal, por sermos sedentários, pelo consumo abusivo de álcool e tantos outros comportamentos, é por uma opção exclusivamente nossa e não por uma imposição da Organização ou do ambiente externo! Podemos escolher comer a salada que está ao lado da travessa da batata frita. Podemos escolher extravasar o estresse com golpes de box, uma corrida forte ou ainda com a meditação, ao invés de um trago de cigarro ou uma dose de álcool. Podemos buscar junto à profissionais sérios desenvolver competências comportamentais que garantam um modelo mental otimista, ao invés de viver com o ponto de vista pessimista, acreditando que culpar os outros irá reduzir ou anular a nossa parcela de culpa. A escolha é sempre nossa! A responsabilidade é exclusivamente nossa!

É chegado o tempo em que precisamos reconhecer que “QUALIDADE DE VIDA E ALTA PERFORMANCE NÃO SÃO QUESTÕES DE OPORTUNIDADE, MAS DE ATITUDE”.

Chegou a hora de mudarmos nossas atitudes, se quisermos mudar nossas vidas!

Outro dia fui convidada a falar sobre insanidade e a frase utilizada para dar o "start" ao tema foi: "Insanidade é fazer todos os dias a mesma coisa e esperar por resultados diferentes". Isso passou a ser uma questão de sobrevivência, se quisermos nos manter no mercado de forma competitiva. INOVAR é a palavra, mas ela traz consigo o risco do erro. Eu pergunto: E daí? Errar nunca será um problema, desde que o erro sirva para impulsionar-nos para frente. A descoberta da penicilina é um ótimo exemplo de que um erro pode ser  responsável pelo sucesso, dependendo apenas da sua capacidade de resposta frente a adversidade. No passado acreditava-se que o fator determinante para o sucesso profissional era o QI (quociente de inteligência). Com o passar do tempo e das pesquisas, chegou-se à conclusão que mais importante que o QI para o sucesso, era o QE (quociente emocional). Este descreve a capacidade do ser humano em reconhecer e avaliar seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Atualmente, isso não basta. Novos estudos apontam para um novo fator determinante para o sucesso profissional, o QA (quociente da adversidade) que é basicamente a habilidade de resposta frente aos desafios apresentados.

Agora não há mais tempo para procurar culpados, quando nos damos de frente com um problema. Cada um de nós deve ser capaz de saber enxergar sua parcela de responsabilidade e investigar onde pode exercer influência e agir, de forma a minimizar ou solucionar a questão.

Pessoas com QA baixo perdem tempo procurando culpados e acreditam que apontar o causador o torna melhor que o outro. Pessoas com QA alto, identificam qual parte do problema podem reverter. Até que ponto permitimos que a adversidade alcance outras áreas de nossa vida? Qual a capacidade de alcance dos problemas sobre nós? Pessoas com QA baixo permitem que o alcance seja amplo, comprometendo todas as áreas da vida. Pessoas com QA alto limitam o alcance do problema, impedindo maiores estragos.

ENFIM, JÁ QUE É FUNDAMENTAL FAZERMOS COISAS DE FORMA DIFERENTE, EXIGINDO A NOSSA EXPOSIÇÃO, ENTÃO QUE ESTEJAMOS PREPARADOS PARA ISSO.

É fundamental  buscarmos  desenvolver nosso QA se quisermos atingir a Alta Performance nos tempos de hoje. O melhor caminho para esse desenvolvimento é o Coaching, através de uma metodologia objetiva e muito bem estruturada, com uma proposta desenhada especificamente para esse propósito. É preciso mais do que nunca, enxergar as adversidades como oportunidades de DESENVOLVIMENTO, e não como obstáculos!

Diante de tantos planos que fazemos na vida para sermos felizes, como realizar todos? Casa própria, segurança, saúde, educação, carros, viagens, itens tecnológicos, enfim, uma série de itens que demanda dinheiro. A solução parece óbvia: Precisamos trabalhar mais! Será? Começamos a trabalhar demais com esse propósito e quando nos damos conta já nem sabemos mais o real motivo! Entramos em um ciclone de compromissos, contratos e decisões. E quando olhamos para o relógio, não temos tempo para mais nada. A presença na festinha da escola do filho, foi indeferida. Nas fotos da viagem de final de semana com a família, temos sempre um celular na mão com o e-mail aberto. O pior é que achamos tudo isso aceitável.

Como já é de conhecimento público, o workaholic é alguém "viciado em trabalho". Levanto então alguns questionamentos: O vício é realmente de quê? De executar determinada tarefa? De se manter envolvido com o tema? Em estar no ambiente de trabalho? Em estar num processo constante de criação? Em estar em uma posição de poder? Nem sempre estar no trabalho significa trabalhar. Bem como, trabalhar demais não é sinônimo de produtividade.

Atualmente muitos fatores podem levar um indivíduo a este estado. O desequilíbrio emocional em outras áreas da vida pode fazer com que uma pessoa decida mergulhar na vida profissional, na tentativa de fugir das questões que o incomodam. Outro fator que pode contribuir para uma rotina workaholic é a crença equivocada de que só quem trabalha muito é visto como um profissional sério, dedicado e diferenciado no mercado. Sabe-se hoje que não é a QUANTIDADE de horas que se trabalhava, mas a QUALIDADE das horas, que define a performance de um profissional. Há ainda um fator interessante que é o medo de fracassar, ou ainda, a busca pelo "sucesso". Não podemos desconsiderar aqueles que trabalham demais simplesmente porque amam o que fazem, e por isso acabam permanecendo ao celular enquanto "jantam" com a família, enquanto "desfrutam" do final de semana com amigos e parentes ou até mesmo durante uma "viagem de férias". Quando o indivíduo encontra-se neste estado, muitas vezes não percebe que dedica a maior parte do seu tempo ao trabalho, gerando um desequilíbrio na área pessoal que, por fim, compromete sua qualidade de vida e consequentemente a de todos que estão mais próximos à ele, como familiares.

Acredito que essa postura seja motivada pela alta competição, necessidade ou obsessão por dinheiro, vaidade, sobrevivência, ou, ainda, alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo. Como consequência a qualidade de vida fica totalmente comprometida e, em algum momento haverá uma queda da performance, seja na área profissional ou em qualquer outra,  pois estudos comprovam que as pressões do dia-a-dia e a auto cobrança exagerada fazem com que este tipo de profissional tenha insônia, surtos de mau humor, impotência, atitudes agressivas em situações de pressão e pode-se chegar à depressão, entre outros efeitos.

Infelizmente esse caminho leva, na maioria das vezes, à Síndrome de Burnout, e o colapso é inevitável. Além disso, as doenças crônicas não transmissíveis surgem e uma série de consequências agravam ainda mais o quadro.

A busca pelas conquistas dos planos de vida, ou por um preenchimento intelectual e emocional é importante e buscar realização no trabalho é fundamental. Mas é preciso que haja um equilíbrio afim de garantir a alta produtividade, a satisfação profissional e uma boa colocação no mercado, sem comprometer as relações pessoais, a saúde, o sono e os outros aspectos que envolvem o ser humano. Procurar investigar a fundo a causa real que motiva essa ação é o primeiro passo em direção a verdadeira alta performance. Buscar caminhos alternativos para dedicar uma parte do tempo e desfrutar do estado de FLOW em outras áreas, além da profissional, pode ser uma opção interessante para sair da rotina workaholic e finalmente conseguir seguir um caminho de grandes resultados, excelente colocação no mercado, ótimas relações pessoais e finalmente a tão desejada qualidade de vida.

Giseli Duarte

Diretora de Qualidade de Vida da NEWRUNNER

Coach formada pelo ICI-Integrated Coaching Institute
Especialista em Qualidade de Vida
Ultramaratonista

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